Um passo. Outro?
- Fiz merda?
- Não sei, talvez.
- E agora?
- Não sei, espera.
- Esperar o que?
- Não se decepcionar.
- Confio?
- Sim, confie.
- Tens medo?
- Sim.
- Mas você quis, né, você fez, gostou.
- Eu estava decidida a não fazer, mas me deixei levar...
- Tá arrependida, é?
- Não...tô com medo.
- Medo de quê, afinal?
- De não ser nada, quem sabe.
- Hã. Não acredito.
- Como não?!
- Você, que cospe aos quatro ventos ser adepta do amor livre, que fala que pele é só pele, que não está nem aí pros outros...cê tá com medo, é?
- Aaahn, bom, eu acredito realmente nisso tudo, tá?
- Então você é hipócrita.
- Mas por que?
- Fala uma coisa e faz outra? Hipócrita.
- Não é bem assim...é meu resquício mais forte dos ditames da nossa boa e velha sociedade. É errado eu querer que seja especial? Que eu tenha medo de ser usada?! Vá pra merda, eu não sou hipócrita.
- Ah, sim...você é, linda hipocritasinha. Cê tá com drama só porque é a primeira? Só ela conta? Depois vai a banda voou, é? Quero só ver...
- Depois será tudo mais fácil, eu acho. Espero, na verdade.
- Rum.
- Você devia me ajudar, sabe?!
- Eu? Eu tenho que lhe mostrar a verdade, minha cara.
- ...
- Você confia nele?
- Pior que sim. Não tenho como não confiar quando há tanta sinceridade envolvida, não tenho nem como ficar chateada. É tudo tão...natural. Cumplicidade é uma boa palavra.
- Cê sabe que podia pegar alguém melhor, né?
- HAHAHAHAHAHAHAHA Eu até sei...
- Hunf. Você vai até o fim, tem certeza?
- Sim, eu quero.
- Obstáculos?
- Alguns.
- De quem?
- Físicos, meu. Outros dele...
- Cê não quer dar num buraco escuro, é? HAHAHAHAHAHHAHA
- Aaf, não.
- Tá bom...eu paro. Me diga, você gostou?
- ushushsuh Sim, eu gostei. Poder é interessante, né?
- Poder feminino, ai ai...e ele, como ficou?
- Do jeito que eu queria.
- Sua safada.
- Safada, eu? Só humana...
- Ta aí, humana...pra quê o drama?
- Hm, humana inserida num mundo, não rola. Não vou dar assim, do nada, só porque há excitação e, jesus, há bastante tesão. É só que, apesar de tudo, eu quero, eu confio, mas...a gente precisa de um estopim, né?
- Precisa mesmo. Põe fogo nisso tudo. Mas, você ainda não contou como foi.
- Besta. É, não contei...
- Vai falar logo ou não?
- Vou, oras. Começou de brincadeira...como outras que ele fazia e eu ignorava lindamente. Só que, bom... a gente já tava com a web ligada, existe todo um envolvimento, né. E, sério, de início, eu estava certa de não fazer nada. Só provocar.
- Você adora provocar, ai ai ai...
- Sim, adoro, algum problema?
- De jeito nenhum...só não queria estar na pele de quem você for apenas provocar.
- HAHAHA Subir pelas paredes, 'torturar'...
- Depois não me diga que não é safada.
- Af! Pois bem...fizemos um acordo. Ele me fez uma proposta, na verdade. Eu não ia aceitar, já disse isso, eu sei...mas fui me deixando levar, fui levando, sendo levada. Pronto, fiz minha parte. Eu me mostrei, instiguei, por assim dizer, todo o bem estar do meu galante par virtual.
- E agora, qual o próximo passo?
- Hm...é o passo que eu gosto. Ao vivo. Minha barganha na proposta: eu e você, ao vivo, pele, mãos e tudo mais. Não sei como vai ser, sério...como ele diria: esse suspense me mata.
- Sei, e você vai ficar parada? Logo você?
- HAHA O que eu posso fazer? Empurrar numa parede e agarrar?
- Ele não iria reclamar, aposto.
- Eu espero que não, né. Eu faria isso com o maior prazer, creia-me.
- Sério, garota, é isso agora? Cê sabe que sua barganha pode ir além do combinado, né? Mais uma vez, pra valer: você vai até o fim?
- Vou sim. Resta agora ele terminar o que começamos. Consumar.
Aguardem cenas do próximo capítulo - ou não, é minha primeira vez aqui, não sei se volto. Mas a experiência é ótima.
por Inefável.
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