Preferências e Literatura Indecorosa

Trecho do Texto Axilas,extraído do livro Axilas e Outras Histórias Indecorosas do autor Rubem Fonseca


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A axila da mulher tem uma beleza misteriosamente inefável que nenhuma outra parte do corpo feminino possui. A axila, além de atraente, é poética. A boceta pulsa, e o cu é enigmático; são muito atraentes, reconheço, porém circunspectos, dotados de certa austeridade.

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Sei que alguém gostaria de me perguntar: você fala em cu e boceta, mas usa axila em vez de sovaco. Por quê? A resposta é muito simples. Cu e boceta têm uma obscenidade fáustica, que ainda resiste ao uso e abuso desses termos nos dias atuais. Mas sovaco é uma palavra vulgar, de uma trivialidade reles.

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Mas ainda falando de cu e boceta. Durante muito tempo esses foram os tesouros do corpo feminino que eu mais amei, os orifícios. O da boceta, gruta que quanto mais estreita, mais gratificante era o prazer que me proporcionava; e o do cu, uma toca, um buraquinho que se abria como uma flor caleidoscópica para receber o meu pênis. Contudo isso era no tempo em que o pênis era uma peça importante da minha arte amatória, em que o meu poeta favorito então era o Aretino, o clássico Pietro Aretino, que nasceu em Arezzo em 1492 e morreu em Veneza, em 21 de outubro de 1556.

Como dizia, isso era no tempo em que eu ainda não havia descoberto com a língua a a delicada textura do cu e da boceta,  que passei  a lamber  com um prazer jubiloso. Como o poema do Drummond, "a língua lambe, lambi-longa, lambilenta, a língua  lavra certo oculto botão, e vai tecendo lépidas variações de leves ritmos".  Sim, foi a minha fase de polir, de bajular com a língua os orifícios. Isso durou até eu conhecer o encanto inspirador da axila, o lugar perfeito para a língua. 

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Flor



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2 comentários:

Mulheres disse...

Esse texto me lembrou uma certa situação amorosa do passado. Conheci esse velho rapaz em um bar, eu deveria ter uns 24 anos... achei ele velho pra mim, mas ele cantava e tocava violão e eu tenho certa queda por musicistas. Aceitei sair com ele, tudo normal, beijo na porta de casa (ele não beijava muito bem, era aquele beijo que ultrapassa a boca e e molha metade do seu rosto) ... empolgação, mãos... língua descendo pelo pescoço até que ele levanta meu braço e para sua boca em minha axila. Achei isso muito estranho e e mais surpresa fiquei ao sentir o prazer que esse ato esdruxulo e simples me proporcionara. Aquele homem não sabia beijar, mas me levava a loucura lambendo, ou melhor, 'lavrando' minha axila com tal voracidade. Minha excitação foi tanta que não tive coragem de trepar com ele. Não quis abrir mão daquele instante inusitado de prazer. Nenhum outro fez isso, nunca. Nunca pedi, nunca disse... eu gosto do inusitado, gosto de guardar os momentos e de ser surpreendida...

Flor

Tali disse...

Conheço uma criança que é fissurada por axilas. Cada um com seus problemas. rs

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