O canalha não tem jeito mesmo...
O canalha não tem jeito mesmo. E
nunca terá.
Ele é o sociopata do amor. Inspira confiança e expira mentiras.
O
canalha finge que não é um canalha. Posa de bom moço, carente, apaixonado e
infeliz. E você acredita ser a salvação dessa alma perdida, depois de tantas desilusões amorosas.
O canalha cria uma nova identidade, mas sem registro em cartório. Ele age por
instinto, não sabe ser de outra forma. A sedução faz parte da sua sobrevivência
emocional. Ele é uma fera e você o prato de comida.
Mas ele tem um jeitinho tão meigo, uma conversa tão bacana, não
é mesmo?
o cara perfeito. Amar um canalha é
entrega sem devolução.
A submissão é ingrata: revolta, mas apaixona.
O canalha
é o disfarce da conquista, máscara do engano.
E é justamente isso que te
encanta nele.
Ele sorri em versos, fala em melodia e te decifra com os olhos.
O
canalha parece ter o manual de instruções para
seduzir.
E faz isso sem nenhuma força.
Você consegue ver sensualidade nele
caminhando na rua, tomando whisky, acendendo um cigarro e até dirigindo.
O canalha nem bonito é,
mas parece ter nascido para desafiar o seu bom gosto. Ele faz você escutar
músicas que você nem sabia que existiam, faz você pesquisar textos e frases que
traduzam o que você está sentindo. Faz você acordar de manhã e lembrar dele,
pelo menos, na hora de passar o perfume.
O canalha não pede, manda. Você adora e depois se odeia.
Tenta escapar e horas depois, cai numa
armadilha.
Amar um canalha faz parte da
vida, é a construção de si mesma, leitura obrigatória para o vestibular
sentimental que vem pela frente.
Estar com um canalha é mais do que necessário.
É gostoso.
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