Que se pasa?

mar 29

Tinha ficado solteira há pouco. Uma relação conturbada, que me deixou meio desnorteada quando deu seus últimos suspiros. Ainda tava me recuperando do baque quando surge o convite: Rio de Janeiro, amanhã. Topei.
Era um congresso totalmente desconhecido pra mim. Pouco sabia do que lá seria tratado e conhecia somente duas pessoas que iriam na nossa delegação. [E detalhe: conhecia de ter falado duas ou três vezes.] A cara de pau ia imperar, ou eu não teria com quem bater papo.
Explicada a primeira parte da história, vamos à parte interessante da coisa.

Cheguei ao Rio sem quaisquer expectativas. Montei minha barraca junto com uma amiga [Sim, claro, àquela altura do campeonato, dois dias no ônibus, já tinha conhecido metade do povo, ora! haha]. Só então fui ver o que me aguardava. O evento em questão recebia jovens de diversos países. Dinamarca, França, Venezuela e Equador [Uma pausa pro suspiro! *.*]eram algumas das nações representadas ali.

Tão logo chegamos, conhecemos um grupo de equatorianos super agradáveis. Uma garota e três rapazes. A língua era um problema, mas ainda assim a conversa rendia. Passamos um bom tempo conversando, até que era chegada a hora da primeira palestra.Seguimos e só voltamos a nos falar a noite. E assim foi durante os dias que lá estive. Porém, de um momento para outro passei a perceber um dos hermanos: negro, forte, certa de 1,90 de altura, sorriso perfeito e aquele sotaque que faz qualquer chica tremer na base. Dali em diante o mundo era feito de samba e bachata. [Mentira, eu paquerei alguns outros, mas isso eu conto depois!].
Passavamos horas dançando,tomando cerveja ou mesmo batendo papo nas culturais. Eu não queria chegar nele pq, sei lá como um estrangeiro reage a um "vemnimim", né mesmo? E ele também pouco [ou nada] fazia além de lançar olhares e comentar "Linda, chica, linda!". Pra encurtar esse Tratado de Tordesilhas, eis que chega o dia da despedida.

Com minhas malas já no ônibus, aproveitei pra tomar a ultima cerveja com os amigos do Equador. [É fiz alguns bons amigos, já falo disso, espera!]. Assim que sento, ele chega e nos acompanha na gelada. Conversa vai, conversa vem, ele diz que o amigo estava interessado numa mocinha. Ao que eu prontamente digo: "E você, ficou interessado por quem?"
[Ah nobres amigos, pausa para um suspiro infinito...]
- Por usted.
Ele disse que não tomou qualquer iniciativa porque tinha medo de se apegar e sofrer quando fosse embora. Fogos de artifício brilharam na minha cabecinha. Que coisa linda, gente. Que romântico.
Era chegada a hora da partida. Me despedi de todos eles com um abraço e segui para o ônibus. No caminho ouço um chamado. Era ele. Casablanca, última cena.
Aquele beijo arrebatador e a promessa: "Ainda vamos nos ver!"
Aquilo era demais pra uma micareteira. Um amor lejano.
Vim embora, com sua camisa, seu cheiro, suas lembranças. E seu msn.

Hoje, quase dois anos depois do nosso encontro, sei que ele é noivo há cinco anos e tem um filho de três. Nossa história de amor se resumiu a um beso. Nossas promessas ficaram no hasta algum dia. E ele era um safado! haha
Lembram que eu falei que fiz amigos equatorianos? Pois é. Essas amizades duraram. Estou de viagem marcada. Nas próximas férias vou conhecer o país, rever os amigos e, certamente, o dito cujo. Agora meu espanhol é fluente o suficiente para que ele ouça dos meus lábios brasileños:


TODOS LOS HOMBRES SON IGUALES!


Menina Má.

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4 comentários:

Anavlis disse...

Eu presenciei tudo. Sou testemunha desse 'Dirty Dancing : noites em El Rio ' .

Vá na fé , amiga!

Anônimo disse...

Acho que eu deveria pensar em alguma defesa para o meu time.

Não garanto que seja em espanhol, pode ser em mineirês?

Tali disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mulheres disse...

Trovador, pode usar o sotaque de belzonte mesmo! rs

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