Sem os sentidos.

Do que me serve esta paixão?
Beijo sem boca no corpo etéreo,
mente cheia dos vazios que você me traz.
De que me mata esta saudade?
Gozo sem sexo, verdades abstratas.
Abstração...abstração...

Tua imagem é tortuosa e estática.
Corpo sem movimento, um sorriso congelado.
Não sei ao certo se estou presa
ao teu sim ou ao teu não.

E o que seríamos sem as palavras?
Que por nós amam, choram e se calam.
Nossas palavras se encontram e dançam,
uma dança esquisita... uma Valsa do Não.
Não poder, não tocar, não saber.

Me encontro contigo
nos monólogos do meu pensamento.
Um teatro. Projeção dos meus desejos.
Te invento, te crio, te convenço, te chamo pra dançar.
Tu me aceitas, me converte, me desejas,
nem mesmo sei se o “eu” que é teu, sou eu mesma...
Somos uma obra de arte,
perfeição presa na parede.
Imagens coloridas e ideais, admiradas e impenetráveis.
Impermeáveis... permeados por agonia e fantasia.
Plantados no eu, colhidos no espaço – que sou eu mesma.

Somos um imenso vazio...
preenchendo meus dias de ciúmes, saudades e espera.
Esperando o movimento, o gosto, os gestos,
penetração e experimentação de todos meus sentidos.
Sem nenhum sentido... sem nenhum sentido...




***

De algum lugar... De algum romance... De tudo que poderia ter sido e não foi.

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1 comentários:

Luna Blanca disse...

Poetas

Poetas são flores,
Que com o tempo começam a desbrotar,
As pétalas são o pensamento,
Que ao longo vai recitar.


Poetas são estrelas a Brilhar,
As suas luzes vêem do céu,
Que com um toque de magia,
Começam a se esnpirar.

Poetas são águas,
Que vão ao rio a descer,
Vão levando as tristezas,
Que deixaram de viver.

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